segunda-feira, 20 de julho de 2009

Abra Cadabra!

E no primeiro fim de semana de filme, lá fui eu assistir Harry Potter e o enigma do príncipe (Harry Potter and The Half-Blood Prince, no original).

O sexto filme da série é o segundo dirigido por David Yates. Como no primeiro filme em que fez parte, o diretor britâncio mostra que entende de personagens e de montar o clima certo pro filme. Uma adaptação de qualidade e que merece um lugar na minha prateleira junto da Ordem da Fênix e do Prisioneiro de Askaban.

Contudo, o filme não deixou de ter seus pontos negativos. Se não se importar com spoiler ou se já viu o filme, continue lendo.



Eu avisei



Vou começar com os pontos positivos. Os personagens estão bem caracterizados. Michael Gambon melhora como Dumbledore, Daniel Radcliffe e Emma Watson não comprometem e Rupert Grint dá show. Dos 3 atores, acho que ele é quem mais tem chance de seguir carreira, principalmente no humor. Ronald Wesley cumpre seu papel de ser o alívio cômico com perfeição. Apesar de muito humor, o filme mantém um clime de tensão do início ao fim, o que faz parte do momento vivido pelos Magos. As diferenças de cada momento na fotografia e na atuação estão muito bem distribuídos e balanceados. As adaptações e situações que foram retiradas ou aumentadas para ficar mais "cinematográfico" valeram apena, com exceção apenas do ponto que eu vou falar no parágrafo seguinte. Fiquei um pouco com a sensação de que os jovens de Hogwarts estão todos no cio. O que faz sentido, já que todos estão com a sensação que o mundo está para acabar já que Voldemort está a solta novamente, e esse fator é mencionado no livro. Alan Rickman se mantém genial como Snape e Horace Slughorn está muito bem caracterizado.

Como grande ponto negativo: o final. A sequencia inteira ficou meio de graça. No livro Dumbledore e Harry, ao voltarem da caverna onde está a Horcrux, encontram o símbolo dos Comensais da Morte no alto da torre de Astronomia, e partem para lá a toda velocidade preocupados pois o símbolo normalmente significa que alguém foi assassinado. Ao chegar lá é Draco quem os espera e a sequencia de conversas e eventos levam Snape a matar Dumbledore. No filme eles voltam para a torre e Draco aparece milagrosamente. Não há motivo nenhum para ele aparecer justamente lá. Apenas após a morte de Dumbledore é que o símbolo é feito.

Para piorar, mesmo tendo sido mostrado que a escola estava toda protegida e com Aurors revistando todo mundo, os comensais da morte conseguem aparecer, vandalizar a escola fazendo muito barulho e ir embora sem encontrar NENHUMA resistência.
Eu entendo que o diretor tenha querido guardar as cenas de luta dentro da escola para o sétimo filme, mas alguma confusão tinha que rolar, mesmo que fosse de forma silenciosa indo derrubando os Aurors aos poucos ou do lado de fora contra o Hagrid após incendiar a casa dele. Nada, nínguem, apenas o Harry. E se ninguém está lá para dar trabalho por Comensais, algumas coisas perdem o sentido: Para quê o Draco ficou consertando o Armário, se no final das contas os Comensais não fizeram nada? Por quê eles não aproveitaram para capturar o Harry Potter? A desculpa dada no filme de "Ele é do Voldemort" serve para ninguem matar ele, mas não de deixar ele lá. Logo, a luta se fazia muito necessária para justificar tudo isso, e não era apenas mais uma sequencia de ação. Essa opção acabou derrubando o que poderia ter sido o melhor filme da série. O final inteiro ficou comprometido, infelizmente.

Outro ponto negativo mas passável é o livro. O objeto que deveria ter sido o ponto central da trama ficou parecendo apenas um adereço a mais. Quando Harry utiliza um Bezoar para salvar Ron, em nenhum momento é indicado que ele sabia disso pelas anotações do Half-Blood Prince. Se você leu o livro dá para perceber a desconfiança do Snape, mas se não leu, a grande reveleção que Snape era o "Prince" se perde. O livro está lá, a admiração de Harry pelo "Prince" também, mas só não estão fortes o suficiente para gerar o choque do "O Mago fodão do livro na verdade é quem eu mais odeio".

Enfim, é uma aventura divertida e uma adaptação quase muito boa do 6o livro de J.K. Rowling. Vale o ingresso e o dvd, depois que ele chegar a 20 ou menos na Casa e Vídeo. Mas a sequência final inteira devia ser refilmada pois estraga o excelente trabalho feito até então.

Caike, não é um grande fã, mas surpreende na quantidade de detalhes que lembra dos livros.

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